Cneu Servílio Gêmino

Cneu Servílio Gêmino
Cônsul da República Romana
Consulado 217 a.C.
Morte 2 de agosto de 216 a.C.
  Batalha de Canas

Cneu Servílio Gêmino (m. 216 a.C.; em latim: Cneus Servilius Geminus) foi um político da gente Servília da República Romana eleito cônsul em 217 a.C. com Caio Flamínio Nepos. Era filho de Públio Servílio Gêmino, cônsul em 252 e 248 a.C..

Segunda Guerra Púnica

Ver artigo principal: Segunda Guerra Púnica
Mapa da antiga costa africana de Cartago (moderna Tunísia). No canto inferior direito, Meninx é a ilha maior, ao sul, e Cercina, um pouco mais ao norte, é a ilha de frente para a costa de Sfax. Ambas foram atacadas por Cneu Servílio e sua frota em 217 a.C..

Consulado (217 a.C.)

Cneu foi eleito cônsul em 217 a.C., o segundo ano da Segunda Guerra Púnica, juntamente com Caio Flamínio Nepos.[1] No outono anterior, Aníbal, tendo cruzado os Alpes, chegou até a planície Padana e já havia derrotado os cônsules Públio Cornélio Cipião (pai de Cipião, o Africano) na Batalha de Ticino e Tibério Semprônio Longo na Batalha de Trébia.[2]

No começo de março, iniciaram as operações militares contra Aníbal, partindo da cidade de Arímino.[3] Logo depois da desastrosa derrota derrota na Batalha do Lago Trasimeno, na qual morreu Caio Flamínio,[4] entregou o comando das operações militares na Itália ao ditador Fábio Máximo e assumiu o comando da frota romana que defendia as províncias da Sicília e Sardenha e Córsega.[5] Marco Atílio Régulo foi nomeado cônsul sufecto para substituir Flamínio e ele também serviu no exército de Fábio Máximo.

Servílio navegou com uma frota de 120 barcos pelas costas da Sardenha e Córsega caçando navios cartagineses e, depois de ter feito reféns por toda parte, cruzou para o norte da África. No caminho, arrasou a ilha de Meninx e Cercina só se salvou depois de pagar dez talentos de ouro de seus habitantes. Depois de desembarcar em território cartaginês, suas tropas passaram a saquear sistematicamente a região, mas, por descuido e por causa de informações incompletas que receberam, os romanos acabaram pegos de surpresa e foram forçados a recuar. Cerca de mil soldados foram mortos e os restantes navegaram para a Sicília, onde a frota foi colocada sob o comando de Públio Sura, que recebeu ordens de levá-la a Roma. O próprio Cneu Servílio viajou a pé, atravessando a Sicília, e, depois de ser convocado pelo ditador Fábio Máximo, cruzou o estreito de Messina e retornou para a Itália.

Em novembro, terminada a ditadura, Cneu recebeu novamente o comando das forças romanas, mas não empreendeu nenhuma operação de relevo.

Procônsulado (216 a.C.)

No ano seguinte, tanto ele quanto Régulo receberam poderes proconsulares.[1] Cneu enfrentou o exército cartaginês em diversas escaramuças e ajudou no alistamento de novas tropas comandado pelo cônsul Lúcio Emílio Paulo.[6] Comandou o centro da linha romana que enfrentou as forças de Aníbal na Batalha de Canas e foi morto em combate.

Árvore genealógica

Gente Servília
Gens Servilia
Cn. Servílio
C. Servílio
Q. Servílio
Cn. Servílio Cepião
cônsul em 253 a.C.
Q. Servílio Gêmino
P. Servílio Gêmino
cônsul em (i) 252, (ii) 248 a.C.
Cn. Servílio Cepião
Cn. Servílio Gêmino
cônsul em 217 a.C.
C. Servílio Gêmino
mudou para a plebe
pr. c. 220, prisioneiro entre 218-203 a.C.
Cn. Servílio Cepião
cônsul em 203 a.C.
M. Servílio
trib. mil. em 203 a.C.
C. Servílio Gêmino
cônsul em 203, dit. em 202 a.C.
M. Servílio Pulex Gêmino
cônsul em 202 a.C.
P. Servílio
decenv. em 201 a.C.
Q. Cecílio Metelo
cônsul em 206 a.C.
Cn. Servílio Cepião
cônsul em 169 a.C.
Servílio Gláucia
emissário em 162 a.C.
C. Servílio
edil pleb. em 173 a.C.
M. Servílio
trib. mil. em 181 a.C.
Q. Cecílio Metelo Macedônico
cônsul em 143 a.C.
Q. Fábio Máximo Serviliano
cônsul em 142 a.C.
Cn. Servílio Cepião
cônsul em 141 a.C.
Q. Servílio Cepião
cônsul em 140 a.C.
C. Servílio Vácia
m. 127 a.C.
Cecília Metela
Q. Cecílio Metelo Baleárico
cônsul em 123 a.C.
Q. Fábio Máximo Eburno
cônsul em 116 a.C.
Cn. Servílio Cepião
m. c. 105 a.C.
Q. Servílio Cepião
cônsul em 106 a.C.
Servília
Q. Lutácio Cátulo
cônsul em 102 a.C.
M. Servílio
m. 100 a.C.
C. Servílio
pr. em 102 a.C.
Q. Fábio Máximo
m. depois de 100 a.C.
Servília
n. c. 105 a.C.
Ap. Cláudio Pulcro
cônsul em 54 a.C.
Q. Lutácio Cátulo
cônsul em 78 a.C.
Lutácia (1)
Q. Hortênsio Hórtalo (2)
cônsul em 69 a.C.
Servília
m. c. 95 a.C.
M. Lívio Druso
tr. plebe
M. Pórcio Catão (2)
m. c. 93
Livia Drusa
m. c. 92 a.C.
(1) Q. Servílio Cepião
pr. em 91 a.C.
Q. Hortênsio
pr. em 45 a.C.
Hortênsia
m. depois de 43 a.C.
M. Júnio Bruto, o Velho
m. 77 a.C.
Servília Cepião
D. Júnio Silano
cônsul em 62 a.C.
Atília (1)
M. Pórcio Catão (1,3)
m. 46 a.C.
(2,3) Márcia (2)
Q. Servílio Cepião
m. 67 a.C.
Cláudia (1)
m. c. 54 a.C.
M. Júnio Bruto (2)
assassino de César
m. 42 a.C.
Pórcia Catão (2)
m. 45 a.C.
(1) M. Calpúrnio Bíbulo
cônsul em 59 a.C.
P. Servílio Vácia Isáurico
cônsul em 79 a.C.
M. Emílio Lépido
cônsul em 78 a.C.
P. Servílio Vácia Isáurico
cônsul em (i) 48 e (ii) 41 a.C.
Júnia Prima
Júnia Tércia
C. Cássio Longino
pr. em 44 a.C.
Júnia Segunda
M. Emílio Lépido
cônsul em (i) 46 e (ii) 42 a.C., triúnviro
L. Emílio Lépido Paulo
cônsul em 50 a.C.
P. Servílio Vácia
pr. em 25 a.C.
Servília
noiva de Otaviano, m. 30 a.C.
M. Emílio Lépido
n. c. 55 a.C., m. 30 a.C.
Q. Emílio Lépido
cônsul em 21 a.C.
Emília Lépida
L. Emílio Lépido Paulo
cônsul em 34 a.C.

Ver também

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Públio Cornélio Cipião

com Tibério Semprônio Longo

Caio Flamínio Nepos II
217 a.C.

com Cneu Servílio Gêmino
com Marco Atílio Régulo (suf.)

Sucedido por:
Lúcio Emílio Paulo II

com Caio Terêncio Varrão


Referências

  1. a b Políbio III, 106, 2.
  2. Políbio III, 65-74.
  3. Políbio III, 77, 1-2.
  4. Políbio III, 83-84.
  5. Políbio III, 96, 8-14.
  6. Políbio III, 106, 4-11.

Bibliografia

Fontes primárias

  • Políbio. Histórias (Ἰστορίαι) 🔗 (em inglês). III. [S.l.: s.n.]  Parâmetro desconhecido |cid= ignorado (ajuda)
  • Lívio. Periochae (Epit) (em latim). 21-30. [S.l.: s.n.]  Parâmetro desconhecido |cid= ignorado (ajuda)

Fontes secundárias