Maria Ana de Áustria, Rainha de Espanha

Maria Ana
Maria Ana de Áustria, Rainha de Espanha
Retrato por Diego Velázquez, 1652
Rainha Consorte da Espanha
Reinado 7 de outubro de 1649
a 17 de setembro de 1665
Predecessora Isabel da França
Sucessora Maria Luísa de Orleães
Rainha Regente da Espanha
Período 17 de setembro de 1665
a 6 de novembro de 1675
Monarca Carlos II
 
Nascimento 24 de dezembro de 1634
  Wiener Neustadt, Áustria, Sacro Império Romano-Germânico
Morte 16 de maio de 1696 (61 anos)
  Madrid, Espanha
Sepultado em Mosteiro do Escorial, San Lorenzo de El Escorial, Espanha
Marido Filipe IV da Espanha
Descendência Margarida Teresa da Espanha
Carlos II da Espanha
Casa Habsburgo
Pai Fernando III do Sacro Império Romano-Germânico
Mãe Maria Ana da Espanha
Religião Catolicismo

Maria Ana ou Mariana (Wiener Neustadt, 24 de dezembro de 1634Madrid, 16 de maio de 1696), foi a segunda esposa do rei Filipe IV e Rainha Consorte da Espanha de 1649 até 1665. Era filha do imperador Fernando III e sua esposa Maria Ana da Espanha. Entre 1665 e 1675, ela serviu como regente durante a minoridade do seu filho Carlos II.

Sua regência, assim como o reinado de seu filho, foi marcada pelas tentativas de administrar e reformar um Império decadente, quase sempre em guerra contra a França de Luís XIV e sem um governo estável devido das inúmeras intrigas e golpes palacianos, perpetrados principalmente por Dom João José da Áustria, filho ilegítimo de Filipe IV e rival da regente. Além disso, a incapacidade do rei Carlos II em produzir descendência acabaria levando a Guerra da Sucessão Espanhola e ao fim da dinastia habsburgo na Espanha.

Por séculos, Maria Ana teve uma péssima relação com os historiadores, sendo descrita pelo espanhol Gabriel Maura Gamazo como "fraca", "instável", "ignorante", "maquiavélica", excessivamente piedosa e desinteressada em política.[1] Porém atualmente, historiadores como Christopher Storrs, Laura Oliván Santaliestra e Silvia Z. Mitchell, destacam a habilidade diplomática da regente e sua importância para a recuperação da Espanha após o tumultuoso reinado de Filipe IV, sendo ela uma das responsáveis por urgentes reformas fiscais e políticas.[2]

Primeiros anos

Infância

Retrato Duplo do Rei Fernando IV e Maria Ana da Áustria, por Frans Luycx, 1636. A coroa de flores segurada pela jovem princesa indica o seu futuro como Rainha.[3][4]

Nascida em Wiener-Neustadt, em 23 de dezembro de 1634, era filha de Maria Ana da Espanha, filha do rei espanhol Filipe III e irmã de Filipe IV, e Fernando da Estíria, rei da Hungria e da Boêmia.[5] Esses títulos não davam poder político real ao casal, que ainda estava sujeito as ordens do Sacro Imperador Romano Fernando II, o avô de Maria Ana. Ela tinha apenas dois anos de idade quando seu pai foi eleito rei dos romanos e, poucos meses depois, em fevereiro de 1637, Sacro Imperador Romano como Fernando III.[6]

Após a eleição de Fernando III, Maria Ana e sua família viveram principalmente em Viena, viajando periodicamente para seus palácios em Linz, Graz e Praga. Sua infância foi feliz, devido a proximidade que teve com seus pais, algo incomum para crianças nobres na época. Ela e seus irmãos foram educados para seus papéis futuros, de acordo com seu gênero e ordem de nascimento. Seu irmão mais velho, Fernando, por exemplo, era esperado que se tornasse o sucessor do pai; seu irmão mais novo, Leopoldo, por outro lado, estava sendo preparado para uma carreira eclesiástica. Mariana, por sua vez, estava vendo educada para ser uma rainha consorte.

Não há muitos detalhes específicos sobre a formação acadêmica de Maria Ana, mas se sabe que ela já sabia ler e escrever quando tinha sete anos. Sua língua principal era alemão, mas ela tinha um domínio básico do latim e do espanhol, que haviam-lhe ensinado desde a primeira infância. Cartas extensas escritas por ela aos onze e doze anos de idade confirmam suas habilidades linguísticas.[7] Em 1647, Maria Ana recebeu um professor jesuíta da Universidade de Graz, o Padre Juan Everardo Nithard, que se tornou o tutor e confessor da princesa, tendo posteriormente a acompanhado até a Espanha. O currículo jesuíta enfatizava as línguas, história, geografia e religião.[8]

Detalhe do ''Príncipe Baltasar Carlos a cavalo'' por Velásquez, 1635.

Em 1646, após a morte da Imperatriz Maria Ana da Espanha, Filipe IV pediu a mão de Maria Ana em casamento para o Príncipe das Astúrias, Baltasar Carlos, herdeiro espanhol. O Imperador Fernando III imediatamente aceitou a proposta, pois a união parecia oferecer vantagens para as negociações de paz em Vestfália, pois significava a preservação e o fortalecimento dos dois ramos da Casa Habsburgo. A noiva de onze anos e o noivo de dezesseis anos pareciam ansiosos. Baltasar Carlos explicou a Maria de Jesus de Ágreda, a confidente espiritual de seu pai, que desde cedo desejava que sua prima um dia se tornasse sua esposa, apesar de nunca tê-la conhecido pessoalmente: "Sou o homem mais feliz do mundo com o meu noivado", escreveu ele em 20 de julho de 1646. "Não pode haver melhor escolha para uma noiva do que a arquiduquesa".[9] Mas o noivado foi de curta duração. Em outubro, Baltasar Carlos estava viajando com seu pai para a frente de guerra catalã quando ficou doente e morreu rapidamente. Sua morte precipitou uma grave crise dinástica que catapultou Maria Ana para um papel ainda mais importante na política da família e do Estado.[10]

Como as leis da Espanha não impediam que as mulheres herdassem o trono, a única filha sobrevivente de Filipe, a Infanta Maria Teresa, de oito anos, tornou-se a herdeira aparente da monarquia espanhola. Filipe IV, viúvo desde 1644, precisava se casar de novo imediatamente para poder gerar um herdeiro do sexo masculino, para preservar a continuidade da dinastia. O imperador sugeriu imediatamente que Filipe se casasse com Maria Ana[11], e em 30 de janeiro de 1647, o casamento foi confirmado e anunciado. Oito meses após a morte de sua mãe, o destino de Maria Ana foi traçado; ela se casaria com um soberano governante e imediatamente se tornaria rainha. A pedido de seu pai, ela compôs várias cartas em espanhol para praticar a língua de seus futuros súditos.[12]

Rainha da Espanha

Maria Ana retratada por Frans Luycks, 1644.

Maria Ana e Filipe IV se viram pela primeira vez na pequena cidade de Navalcarnero em 7 de outubro de 1649, onde se casaram em uma modesta cerimônia presidida pelo arcebispo de Toledo.[13] Após algumas horas, os recém-casados partiram para a residência mais marcante dos Habsburgos, El Escorial, a maravilha arquitetônica construída pelo avô do rei, Filipe II, no século XVI.[14] Em 19 de novembro, um ano depois de deixar Viena, a nova rainha se instalou no Alcácer Real de Madrid, sinalizando o início oficial de seu papel como monarca.[15]

A corte de Madri era notoriamente mais rígida do que a de Viena, mas tudo indica que Maria Ana se adaptou muito bem ao seu novo ambiente e, de fato, o influenciou. Ela foi a protagonista em diversas aparições públicas como cerimônias de beijos de mão, funções oficiais com diplomatas estrangeiros e figuras políticas locais, e uma série de outras atividades em que a família real participava.[16] Embora os retratos de Maria Ana como consorte a retratam com uma expressão impassível, seu gozo pelos atores cômicos, anões e tolos que povoaram a corte está bem documentado; ocasionalmente ela foi criticada por rir muito abertamente. Ao que tudo indica, ela tinha uma personalidade animada e jovem, demostrando um forte senso de si mesmo; este último se tornou ainda mais evidente no futuro.[14]

Sua amizade com sua prima (e agora enteada) a Infanta Maria Teresa começou imediatamente quando elas se conheceram em El Escorial. Todas essas conexões tiveram consequências políticas mais tarde. Os vínculos com as elites espanholas também começaram rapidamente. Maria Magdalena Moncada, a irmã do Marquês de Aytona, que se tornaria uma figura importante durante o seu período de regência, já estava, de acordo com relatórios diplomáticos, próximo a ela durante o seu período como consorte. Em muitos aspectos, o futuro regime da Maria Ana começou a se formar assim que chegou à corte, embora as consequências só se tornassem visíveis posteriormente.[17]

No curto prazo, no entanto, a jovem Rainha tinha uma responsabilidade específica: a dar à luz um herdeiro. Filipe IV não fez escondeu seu desejo de "encher a casa com crianças" o mais rápido possível. Em uma carta para sua amiga, a Condessa de Paredes, ele considerou sua sobrinha "bem desenvolvida para a idade dela, mas ainda muito jovem".[18] Apesar da diferença de trinta anos de idade, Maria Ana e Filipe tiveram o que parece ter sido uma relação afetiva, com o rei alegadamente fazendo qualquer coisa que ela quisesse, pelo menos no início. Maria Ana, por sua vez, de acordo com um embaixador veneziano, trabalhou para estabelecer um bom relacionamento com Filipe, contando com sua "sua gentileza natural". O rei, talvez por causa da juventude da noiva, ou para que se conhecessem, queria consumar o casamento o mais rápido possível.[19]

Detalhe de Las Meninas; Maria Ana e Filipe IV aparecem refletidos em um espelho.

A correspondência de Filipe IV com Paredes nos permite deduzir que o casamento foi consumado durante as primeiras férias reais de para Aranjuez, entre 8 de março e 24 de maio de 1650.[20] Em meados de agosto, a parteira anunciou que a rainha estava grávida. O nascimento ocorreu em 12 de julho de 1651, com a rainha dando a luz a uma menina, Margarita Maria Teresa. O rei ficou encantado com a nova adição à sua família, chamando-a de "linda e tão esplêndida que se parece mais com uma irmã de sua mãe do que com uma filha". "Nós a batizaremos hoje", escreveu Filipe IV à sua amiga, e "chama-lhe Margarita Maria".[21] Mesmo que a criança não fosse o desejado herdeiro masculino, Maria Ana havia alcançado um grande marco político em a vida de uma rainha: ela era uma mãe.[22]

Em 28 de novembro de 1657, a rainha deu a luz a um menino, Filipe Próspero, que se tornou herdeiro do trono espanhol.[23] Além de promover a continuação da dinastia habsburgo na Espanha, o nascimento de um herdeiro permitiu que as negociações de paz com a França finalmente fossem concluídas, dando fim a Guerra Franco-Espanhola por meio do Tratado dos Pirenéus e pelo casamento da filha mais velha de Filipe, Maria Teresa, com Luís XIV.[24]

A tranquilidade porém, durou pouco, e houve outra crise de sucessão não muito depois do casamento franco-espanhol. Filipe Próspero, cujo nascimento facilitou as negociações diplomáticas nos três anos anteriores, tornou-se doente no outono de 1661 e morreu em 1 de novembro, algumas semanas antes de seu quarto aniversário. Foi um golpe terrível, principalmente porque o segundo filho de Maria Ana, Fernando Tomás, tinha falecido em outubro de 1659, antes de chegar ao seu primeiro aniversário. Isso fez da Infanta Margarida a suposta herdeira, mas a rainha estava nas últimas etapas de outra gravidez (a final), e uma vez mais, ela "salvou" a monarquia ao dar à luz seu terceiro filho, Carlos, em 6 de novembro de 1661, apenas cinco dias após a morte de Filipe Próspero. O evento foi considerado quase milagroso.[25]

Retrato do príncipe Filipe Próspero, por Velásquez, 1659. Por ser um indivíduo de saúde frágil, foram colocados no príncipe vários amuletos e talismãs, como é visível na pintura, pois se acreditava na época que eles tinham a capacidade de afastar e proteger as crianças de doenças e demônios. O Cachorro, representado a esquerda, contribui para a melancolia da cena representada.[26]

Em abril de 1663, Filipe, apoiado por Maria Ana, iniciou as negociações de casamento entre a infanta Margarida e o seu tio, o Sacro Imperador Romano Leopoldo I. O casamento faria as ligações familiares ainda mais estreitas do que já eram: Maria Ana e Leopoldo eram irmãos, enquanto Filipe IV e a mãe do Imperador também eram irmãos, sendo Filipe IV seu tio. Mas para os espanhóis, o objetivo principal do casamento era garantir a defesa conjunta dos Países Baixos.[27] Os meandros da sucessão também desempenharam um papel importante, pois casar a herdeira em potencial da coroa espanhola com um parente próximo da mesma dinastia era visto como uma necessidade.[28]

Apesar das negociações terem firmado o casamento, Margarida Teresa não saiu da Espanha para a Áustria imediatamente, pois devido a debilidade do rei e a frágil saúde do herdeiro, Carlos, a princesa poderia subitamente chegar ao trono do Império Espanhol. Essa medida foi criticada pelos contemporâneos, pois ao atrasar a partida de Margarida, a Espanha perdia a oportunidade de fortalecer uma aliança com os habsurgos austríacos, urgentemente necessária devido a possibilidade de uma nova guerra com a França.[27] Maria Ana posteriormente ficaria encarregada de lidar com essa decisão e seus resultados.[29]

A morte de Filipe IV

Filipe IV redigiu o testamento que estabeleceu a regência de Maria Ana entre o final de 1663 e o início de 1664.[29] Embora ele tenha continuado a presidir os conselhos, reunindo-se pessoalmente com os secretários, e permanecendo no comando da política até o final de sua vida, a rainha assumiu cada vez mais funções públicas tradicionalmente exercidas pelo rei. Ela assim combinou seu papel como rainha consorte com um papel político ampliado que se tornou cada vez mais significativo pelas ausências frequentes de Filipe.[30]

Em 13 de setembro de 1665, o rei mal conseguia sair da cama, e todos puderam prever seu fim, tendo a transição de poder começado imediatamente. No dia seguinte, Filipe se despediu de sua família, dizendo ao jovem príncipe Carlos: "Que Deus possa te fazer mais feliz do que ele fez a mim". Logo depois, ele pediu a sua filha Margarida que obedecesse as ordens de sua mãe, a rainha.[31] Ele se recusou diversas vezes a ver o seu filho ilegítimo, Dom João José da Áustria, talvez por querer indicar a exclusão do bastardo real na sucessão do trono e nas tarefas administrativas da futura regência. Por fim, Filipe IV deu seu último suspiro na quinta-feira, 17 de setembro, às 4:15 da manhã, deixando um reino caótico após um reinado longo e conturbado.[32]

Anos posteriores

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Maria Ana de Áustria, Rainha de Espanha

Ao falecer seu marido em 1665, Maria Ana se converteu em regente do reino durante a minoridade de seu filho Carlos. A figura mais influente em seu governo foi seu confessor, o padre Juan Everardo Nithard, que encontrou forte oposição em D. João José de Áustria, único filho ilegítimo reconhecido por Felipe IV e inimigo declarado de Maria Ana, pois esta lhe era antipática.

D. João José liderou contra a rainha Maria Ana a oposição de 1665 a 1677 e conseguiu expulsar da corte o seu favorito, o padre Juan Everardo Nithard. Por sete anos haveria dois centros políticos distintos, quase duas cortes, a madrilenha, onde a rainha e Fernando de Valenzuela imperavam, e a de Saragoça, onde D. Juan José se preparava para ocupar o governo.

Em 1668, assinou o Tratado de Lisboa que pôs fim à Guerra da Restauração com Portugal que já durava há 28 anos e que desgastava os dois países Ibéricos, e engajou a Espanha na Guerra de Devolução (1667-1668) contra Luís XIV de França. Maria Ana morreu de câncer no peito em 16 de maio de 1696.

Filhos

Do seu casamento com Filipe IV de Espanha nasceram os seguintes filhos:

Referências

  1. Hume, Queens, IX, 361, 401; Kamen, Spain, 329; Tomás y Valiente, Validos, 19; Domínguez Ortíz, “Introducción,” XXXIII; and Lynch, Spain, 258
  2. Mitchell 2019, p. 7.
  3. Mitchell 2019, p. 21.
  4. Santaliestra 2006, pp. 38–40.
  5. Hengerer 2019, p. 125.
  6. Mitchell 2019, p. 19.
  7. Mitchell 2019, p. 23.
  8. Navarro 2005, pp. 298–99.
  9. FIGUEROA, Agustín De. Epistolario de la restauración: Cartas a Cánovas y textos de Cánovas. [S.l.: s.n.] pp. 64, 68–69 
  10. Mitchell 2019, p. 27.
  11. Hengerer 2019, p. 250.
  12. Mitchell 2019, p. 28.
  13. Mitchell 2019, p. 30.
  14. a b Mitchell 2019, p. 31.
  15. Brown, Elliott, Jonathan, John (2004). A Palace for a King: The Buen Retiro and the Court of Phillip IV. [S.l.]: Yale University Press. 316 páginas. ISBN 978-0300101850 
  16. Hernández 2013, pp. 149, 212, 271, 306, 803–4, 963, 1060.
  17. Mitchell 2019, p. 32.
  18. Gallego 2005, pp. 57-60.
  19. Mitchell 2019, p. 33.
  20. Gallego 2005, pp. 81–83, 85–87, 93–95, 105–7, 113–15.
  21. Gallego 2005, pp. 57–60.
  22. Mitchell 2019, p. 34.
  23. Mitchell 2019, p. 39.
  24. Mitchell 2019, pp. 39-41.
  25. Mitchell 2019, p. 41.
  26. CARLEY, C. S. «Prince Felipe Prospero: A Sad Infante» 
  27. a b Mitchell 2019, p. 43.
  28. Villa-Urrutia, Wenceslao Ramírez de (1905). Relaciones entre España y Austria: durante el reinado de la Emperatriz Doña Margarita. [S.l.: s.n.] p. 67-70. 124 páginas 
  29. a b Mitchell 2019, p. 44.
  30. Mitchell 2019, p. 45.
  31. Gamazo 2018, p. 112.
  32. Mitchell 2019, p. 46.

Bibliografia

  • Lynch, John (1994). Spain 1516 - 1598: From Nation State to World Empire. London: Wiley-Blackwell. 528 páginas. ISBN 978-0631193982 
  • Hume, Martin Andrew Sharp (1906). Queens of Old Spain. England: E. Grant Richards. 602 páginas. ISBN 978-9353809072 
  • Kamen, Henry (2014). Spain, 1469-1714: A Society of Conflict. [S.l.]: Routledge. 342 páginas. ISBN 978-0582784642 
  • Valiente, Tomás (1998). Los validos en la monarquía del siglo XVII. [S.l.]: Siglo XXI de España Editores. 217 páginas. ISBN 978-8432304460 
  • Mitchell, Silvia Z. (2019). Queen, Mother, and Stateswoman. [S.l.]: Penn State University Press. 312 páginas. ISBN 978-0271083391 
  • Hengerer, Mark (2019). Making Peace in an Age of War: Emperor Ferdinand III. [S.l.]: Purdue University Press. 334 páginas. ISBN 978-1557538444 
  • Santaliestra, Laura Oliván (2006). Mariana de Austria: Imagen, poder y diplomacia de una reina soberana. [S.l.]: Editorial Complutense, S.A. 296 páginas. ISBN 978-8474918007 
  • Navarro, Julián José Lozano (2005). La Compañía de Jesús y el poder en la España de los Austrias. [S.l.]: Ediciones Catedra S.A. 430 páginas. ISBN 978-8437622026 
  • Hernández, Santiago Martínez (2013). Escribir la corte de Felipe IV: el diario del marqués de Osera, 1657-1659. [S.l.]: Ceeh Centro De Estudios Europa Hispánica. 1288 páginas. ISBN 978-8415245346 
  • Gallego, Vilela (2005). Felipe IV y la condesa de Paredes : una colección epistolar del Rey en el Archivo General de Andalucía. [S.l.: s.n.] ISBN 978-8482665566 
  • Gamazo, Gabriel Maura (2018). Carlos II y su corte. [S.l.]: BOE. 1466 páginas. ISBN 978-8434024748 
  • Cruz, Anne J. (2013). Early Modern Habsburg Women: Transnational Contexts, Cultural Conflicts, Dynastic Continuities. [S.l.: s.n.] 312 páginas. ISBN 978-1472411648 
  • Laguna, María Isabel Yetano (2009). Relaciones entre España y Francia desde la Paz de los Pirineos (1659) hasta la Guerra de Devolución (1667): la embajada del Marqués de la Fuente. [S.l.]: Fundación Universitaria Española. 411 páginas. ISBN 9788473927246 
  • De Périni, Hardÿ (1896). Batailles françaises, 1660-1700, Volume IV. Paris: Ernest Flammarion. ISBN 978-2016136744 
  • Rodríguez Hernández, Antonio José (2007). España, Flandes y la Guerra de Devolución (1667-1668). Guerra, reclutamiento y movilización para el mantenimiento de los Países Bajos españoles. [S.l.: s.n.] ISBN 978-84-9781-336-5 
  • Parker, Geoffrey (2000). The Grand Strategy of Philip II. [S.l.]: Yale University Press. 470 páginas. ISBN 978-0300082739 
  • Monchet, Koldo Trápaga (2018). La actividad política de don Juan [José] de Austria en el reinado de Felipe IV (1642-1665). [S.l.]: Ediciones Polifemo. 568 páginas. ISBN 978-8416335442 
  • Panhuysen, Luc (2011). Rampjaar 1672: hoe de republiek aan de ondergang ontsnapte. [S.l.]: Olympus Pockets. 479 páginas. ISBN 978-9046701232 
Maria Ana da Áustria
Casa de Habsburgo
24 de dezembro de 1634 – 16 de maio de 1696
Precedida por
Isabel da França

Rainha Consorte da Espanha
7 de outubro de 1649 – 17 de setembro de 1665
Sucedida por
Maria Luísa de Orleães
  • v
  • d
  • e
Consortes de Brabante
Condessas de Brabante
  • Gertrudes de Flandres
  • Ida de Chiny
  • Clemência da Borgonha
  • Lutegarda de Sulzbach
  • Margarida de Limburgo
  • Imagina de Loon
Duquesas de Brabante (Casa de Lovaina) 1183–1406
Duquesas de Brabante (Casa de Valois) 1406–1482
Duquesas de Brabante (Casa de Habsburgo) 1482–1700
Duquesas de Brabante (Casa de Bourbon) 1700–1706
Duquesas de Brabante (Casa de Habsburgo) 1706–1780
Duquesas de Brabante (Casa de Habsburgo-Lorena) 1780–1794
Duquesas Reais de Brabante (Casa de Saxe-Coburgo-Gota e Casa Real da Bélgica) 1853–2013
  • v
  • d
  • e
Consortes da Sicília
Condessas da Sicília (1071–1130)
Rainhas da Sicília (1130–1816)
  • v
  • d
  • e
Casa de Flandres (862–1119)
Casa de Estridsen (1119–1127)
  • Margarida de Clermont
Dinastia normanda (1127–1128)
  • Joana de Monferrato
Casa de Metz (1128–1194)
Casa de Hainaut (1194–1278)
Casa de Dampierre (1247–1405)
  • Beatriz de Brabante
  • Matilde de Béthune
  • Isabel de Luxemburgo
  • Margarida I, Condessa da Borgonha
  • Margarida de Brabante
Casa de Valois-Borgonha (1405–1482)
Casa de Habsburgo (1482–1700)
Casa de Bourbon (1700–1706)
Casa de Habsburgo (1706–1780
Casa de Habsburgo-Lorena (1780–1795)
Casa de Saxe-Coburgo-Gota (1840–2002)
  • v
  • d
  • e
1ª Geração
Arquiduquesa Helena · Cunegunda, Duquesa da Baviera
2ª Geração
3ª Geração
4ª Geração
Joana, Princesa de Portugal* · Maria, Imperatriz do Sacro Império Romano-Germânico* · Isabel, Rainha da Polónia · Ana, Duquesa da Baviera · Maria, Duquesa de Jülich-Cleves-Berg · Arquiduquesa Madalena · Catarina, Rainha da Polónia · Leonor, Duquesa de Mântua · Arquiduquesa Margarida · Bárbara, Duquesa de Ferrara · Arquiduquesa Úrsula · Arquiduquesa Helena · Joana, Grã-Duquesa da Toscana
5ª Geração
Isabel Clara Eugênia, Governadora dos Países Baixos espanhóis* · Catarina Micaela, Duquesa de Saboia* · Arquiduquesa Maria* · Ana, Rainha de Espanha · Isabel, Rainha de França · Arquiduquesa Maria · Arquiduquesa Margarida · Arquiduquesa Leonor · Arquiduquesa Ana Leonor · Arquiduquesa Maria · Ana de Tirol, Sacro Imperatriz · Ana, Rainha da Polónia · Maria Cristina, Princesa da Transilvânia · Arquiduquesa Catarina · Arquiduquesa Isabel · Arquiduquesa Gregória · Arquiduquesa Leonor · Margarida, Rainha de Portugal e Espanha · Constança, Rainha da Polónia · Maria Madalena, Grã-Duquesa da Toscana
6ª Geração
7ª Geração
8ª Geração
Maria Antónia, Eleitora da Baviera · Arquiduquesa Maria Ana · Arquiduquesa Cristina · Maria Isabel da Áustria (1680) · Arquiduquesa Maria Isabel · Maria Ana, Rainha de Portugal · Arquiduquesa Maria Teresa da Áustria (1684) · Arquiduquesa Maria Teresa · Arquiduquesa Maria Josefa · Maria Madalena de Áustria · Arquiduquesa Maria Madalena · Arquiduquesa Maria Margarida
9ª Geração
Maria Josefa, Rainha da Polónia · Maria Amália, Imperatriz do Sacro Império · Maria Teresa, Imperatriz do Sacro Império · Maria Ana, Governadora dos Países Baixos · Arquiduquesa Maria Amália
10ª Geração
Arquiduquesa Maria Ana** · Maria Cristina, Duquesa de Teschen** · Arquiduquesa Maria Isabel** · Maria Amália, Duquesa de Parma** · Arquiduquesa Maria Joana Gabriela** · Arquiduquesa Maria Josefa** · Maria Carolina, Rainha de Nápoles e Sicília** · Maria Antonieta, Rainha de França**
11ª Geração
Arquiduquesa Maria Teresa · Arquiduquesa Marie Cristina · Maria Teresa, Rainha da Saxónia** · Arquiduquesa Maria Ana** · Arquiduquesa Maria Amália** · Maria Clementina, Duquesa de Calábria** · Maria Teresa, Rainha da Sardanha*** · Arquiduquesa Maria Josefa*** · Maria Leopoldina, Eleitora da Baviera*** · Arquiduquesa Maria Antónia*** · Maria Luísa, Imperatriz da Áustria***
12ª Geração
Arquiduquesa Luísa Isabel · Maria Luísa, Imperatriz de França · Arquiduquesa Maria Carolina · Arquiduquesa Carolina Ludovica · Maria Leopoldina, Imperatriz do Brazil · Clementina, Princesa de Salerno · Maria Carolina, Princesa herdeira da Saxónia · Arquiduquesa Maria Ana · Arquiduquesa Maria Teresa · Arquiduquesa Carolina Fernanda** · Arquiduquesa Maria Luísa** · Maria Teresa, Rainha da Sardenha** · Maria Teresa, Rainha das Duas Sicílias · Arquiduquesa Maria Carolina · Arquiduquesa Alexandrina · Arquiduquesa Hermínia · Arquiduquesa Francisca · Arquiduquesa Isabel Francisca · Maria Henriqueta, Rainha dos Belgas · Maria Luísa, Princesa de Ysenburg and Büdingen** · Arquiduquesa Maria Carolina · Adelaide, Rainha da Sardenha · Maria Teresa, Condessa de Chambord*** · Maria Beatriz, Condessa de Montizón***
13ª Geração
Arquiduquesa Maria Ana · Arquiduquesa Maria Carolina** · Augusta Fernanda, Princesa Leopoldo da Baviera** · Arquiduquesa Maria Maximiliana** · Maria Isabel, Condessa de Trapani** · Arquiduquesa Maria Teresa** · Arquiduquesa Maria Cristina** · Arquiduquesa Maria Ana** · Maria Teresa, Rainha das Duas Sicílias · Maria Teresa, Duquesa Filipe de Württemberg · Arquiduquesa Matilde · Maria Cristina, Rainha de Espanha · Arquiduquesa Maria Leonor · Arquiduquesa Isabel · Maria Dorotéia, Duquesa d'Orleães · Margarida Clementina, Princesa de Thurn und Taxis · Arquiduquesa Isabel Henriqueta · Arquiduquesa Clotilde · Maria Teresa, Rainha da Baviera***
14ª Geração
Arquiduquesa Sofia · Gisela, Princesa Leopoldo da Baviera · Arquiduquesa Maria Valéria · Margarida Sofia, Duquesa de Württemberg · Arquiduquesa Maria Anunciada · Isabel, Princesa Aloys do Liechenstein · Arquiduquesa Maria Antonieta** · Luísa, Princesa herdeira da Saxónia** · Ana, Princesa de Hohenlohe-Bartenstein** · Arquiduquesa Margarida** · Arquiduquesa Germana** · Arquiduquesa Inês** · Arquiduquesa Maria Teresa** · Carolina Maria, Princesa Leopoldo de Saxe-Coburgo-Gota** · Arquiduquesa Maria Antonieta** · Maria Imaculada, Dquesa de Württemberg** · Arquiduquesa Henriqueta** · Maria Cristina, Princesa Emmanuel de Salm-Salm · Maria Ana, Princesa Elias de Bourbon-Parma · Maria Henriqueta, Princesa de Hohenlohe-Waldenburg-Schillingsfürst · Arquiduquesa Natália · Arquiduquesa Estefânia · Arquiduquesa Gabriela · Isabel, Princesa Jorge da Baviera · Alice, Baronesa Waldbott de Bassenheim · Arquiduquesa Leonor, Mrs. Alfons von Kloss · Renata, Princesa Hieronymus Radziwill · Matilde, Princesa Olgierd Czartoryski · Arquiduquesa Gisela · Arquiduquesa Sofia · Arquiduquesa Madalena
15ª Geração
Isabel Maria, Princesa de Windisch-Graetz · Helena, Duquesa Filipe de Württemberg** · Rosa, Duquesa Württemberg** · Arquiduquesa Dolores** · Maria Imaculada, Nobile Inigo Neri Sereneri** · Margarida, Marquesa Taliani di Marchio** · Princesa Maria Antónia, Sra. Luis Pérez** · Arquiduquesa Assunta, Sra. Joseph Hopfinger** · Isabel, Condessa de Waldburg-Zeil** · Hedviges, Condessa de Stolberg-Stolberg** · Gertrudes, Condessa de Waldburg-Zeil-Trauchburg** · Arquiduquesa Maria Isabel** · Arquiduquesa Inês** · Arquiduquesa Margarida, Sra. Alexander Cech · Helena, Duquesa de Meclemburgo · Arquiduquesa Ana Teresa · Arquiduquesa Maria Kynga, Sra. Joachim Krist
16ª Geração
Arquiduquesa Adelaide · Carlota, Duquesa de Mecklenburg · Isabel, Princesa Henrique do Liechenstein · Isabel, Nobre Hubert von Braun** · Alice, Baronesa Vittorio Manno** · Maria Antonieta, Baronesa de Proff in Irnich** · Arquiduquesa Marie Cristina** · Arquiduquesa Walburga, Sra. Carlos Tasso** · Arquiduquesa Verena** · Arquiduquesa Catarina, Sra. Roland Huber** · Inês, Baronesa Peter de Fürstenberg** · Maria Ileana, Condessa Adam Kottulinski** · Alexandra, Baronesa Viktor de Baillou** · Maria Madalena, Baronesa de Holzhausen** · Arquiduquesa Isabel, Sra. Friedrich Sandhofer** · Inês, Princesa Carlos Alfredo do Liechenstein** · Arquiduquesa Maria Margarida** · Arquiduquesa Ludovica** · Arquiduquesa Alice** · Josefa, Condessa Clemens de Waldstein-Wartenberg** · Valéria, Margravina de Baden** · Alberta, Baronesa Alexander de Kottwitz-Erdödy** · Teresa, Princesa Rasso da Baviera** · Maria Imaculada, Condessa Reinhart de Hoensbroech** · Arquiduquesa Mónica, Sra. Charles de Rambures · Arquiduquesa Maria Cristina, Sra. Raymond van der Meide · Arquiduquesa Maria, Sra. Wilhelm de Witt · Margarida, Condessa Benedikt of Piatti
17ª Geração
Andreia, Condessa hereditária de Neipperg · Mônica, Duquesa de Santángelo · Micaela, Condessa Hubertus de Kageneck · Arquiduquesa Gabriela, Sra. Christian Meister · Walburga, Condessa Archibald Douglas · Maria Beatriz, Condessa Riprand de Arco-Zinneberg*** · Isabel, Condessa Andrea Czarnocki-Lucheschi*** · Maria del Pilar, Nobre Vollrad-Joachim von Poschinger · Kinga, Baroneas Wolfgang de Erffa · Arquiduquesa Marie Adelaide, Sra. Jaime Corcuerra · Arquiduquesa Viridis, Sra. Karl Dunning-Gribble · Arquiduquesa Alexandra, Sra. Héctor Riesle · Maria Constança, Princesa de Auersperg-Trautson · Maria Ana, Princesa Peter Galitzine · Catarina, Condessa Maximiliano Secco d'Aragona · Arquiduquesa Isabel, Sra. James Litchfield · Sofia, Princesa de Windisch-Grätz · Arquiduquesa Maria Cristina, Sra. Clemens Guggenberg · Arquiduquesa Maria Bernardete, Sra. Rupert Wolff** · Arquiduquesa Catarina, Sra. Niall Brooks** · Arquiduquesa Alicia** · Arquiduquesa Maria Cristina** · Arquiduquesa Margarida, Sra. Andreas Baumgartner** · Arquiduquesa Maria Valéria, Sra. Martin Josef Wagner** · Arquiduquesa Hedviges** · Arquiduquesa Verónica** · Arquiduquesa Joana · Arquiduquesa Isabel · Arquiduquesa Celina · Arquiduquesa Maria Floriana · Arquiduquesa Sofia · Arquiduquesa Ana Carolina · Arquiduquesa Teresa · Arquiduquesa Sofia · Arquiduquesa Ladislaya
18ª Geração
Arquiduquesa Leonor · Arquiduquesa Glória · Arquiduquesa Sofia · Arquiduquesa Hilda · Arquiduquesa Maria Laura*** · Arquiduquesa Luísa Maria*** · Arquiduquesa Letícia Maria*** · Arquiduquesa Sofia · Arquiduquesa Maria Teresa · Arquiduquesa Margarida · Arquiduquesa Priscilla · Arquiduquesa Maria das Neves · Maria Cristina, Condessa Rodolphe de Limburg-Stirum · Arquiduquesa Gabriela · Arquiduquesa Antónia · Arquiduquesa Isabel · Arquiduquesa Carlota · Arquiduquesa Paulina · Arquiduquesa Lara · Arquiduquesa Tatiana** · Arquiduquesa Anabela** · Arquiduquesa Tara**
19ª Geração
Arquiduquesa Zita · Arquiduquesa Anežka
também infanta de Espanha
*também princesa da Toscânia
**também princesa da Modena