Miguel VII Ducas

Miguel VII
Imperador e Autocrata dos Romanos

Miguelato (histameno) de Miguel VII
Reinado 1071 - 1078
Consorte Maria Bagrationi
Antecessor(a) Romano IV Diógenes
Sucessor(a) Nicéforo III Botaniates
Nascimento 1050
Morte 1090 (40 anos)
Dinastia Ducas
Pai Constantino X Ducas
Mãe Eudóxia Macrembolitissa
Filho(s) Constantino Ducas

Miguel VII Ducas (em grego: Μιχαήλ Ζ΄ Δούκας; romaniz.:Mikhaēl VII Doukas), cognominado "Parapinácio" (em grego: Παραπινάκιος; romaniz.:Parapinakēs; lit. Menos um Quarto) foi imperador bizantino de 1071 a 1078.[1]

Reinado

Miguel VII era o filho mais velho de Constantino X Ducas e de Eudóxia Macrembolitissa, e nasceu por volta de 1050. Tinha sido associado ao trono pelo seu pai em 1059, juntamente - ou pouco tempo antes - do seu irmão recém-nascido Constâncio. Quando Constantino X Ducas morreu em 1067 Miguel VII tinha 17 anos e deveria ter podido governar a título pessoal. Demonstrava, no entanto, escasso interesse pela política, e a sua mãe Eudóxia e o seu tio João Ducas governaram o império como regentes.

A 11 de janeiro de 1068, Eudóxia casou-se com o general Romano IV Diógenes, que se tornou co-imperador sénior associado a Miguel VII, Constâncio e a outro irmão do imperador, Andrónico. Quando Romano IV foi derrotado e capturado por Alparslano, sultão dos turcos seljúcidas, em Manziquerta em agosto de 1071, Miguel VII permaneceu nos bastidores, enquanto o seu tio João Ducas e o seu tutor Miguel Pselo tomavam a iniciativa. Estes, em conjugação, planearam afastar Romano IV do poder quando este fosse libertado, coroando Miguel VII uma vez mais mas desta vez como imperador sénior, o que sucedeu a 24 de Outubro de 1071, e Eudóxia, mãe do imperador, foi fechada num convento.

Embora ainda tendo João Ducas e Miguel Pselo como conselheiros, Miguel VII passou a depender crescentemente de Niceforitzes, o seu ministro das finanças. Os interesses do imperador, essencialmente por direcção de Miguel Pselo, eram de natureza académica, e o imperador foi permitindo a Niceforitzes aumentar a carga fiscal e as despesas sumptuárias sem financiar devidamente o exército. Em situações cada vez mais complicadas, os oficiais e funcionários do exército recorreram a confiscos e expropriações mesmo de propriedades da Igreja. O exército mal pago revelava tendência para se amotinar, e os Bizantinos perderam Bari, a sua última possessão em Itália, para os Normandos de Roberto Guiscardo, em 1071. Ao mesmo tempo, tiveram de enfrentar uma revolta de grandes proporções nos Bálcãs, onde se tentava restabelecer a Bulgária, nesse mesmo ano. Embora a revolta tenha sido sufocada pelo general Nicéforo Briénio, o império não conseguiu recuperar das suas perdas na Ásia Menor, tendo ficado sob a ocupação dos Turcos os extensos planaltos da Capadócia e da Galácia.

Miliarésio de Miguel VII Ducas

Depois de Manziquerta, o governo bizantino enviou um novo exército para travar o passo dos Turcos seljúcidas, comandando por Isaac Comneno, irmão do futuro imperador Aleixo I Comneno, mas também este exército foi derrotado e o seu comandante capturado em 1073. A situação agravou-se ainda mais com a deserção dos mercenários ocidentais contratados pelos bizantinos, contra os quais foi preciso organizar uma campanha em 1074, sob o comando do césar João Ducas. Esta campanha saldou-se por um novo fracasso e João Ducas, também capturado, foi obrigado pelos mercenários a se proclamar imperador. Miguel VII, perante esta situação, viu-se forçado a reconhecer as conquistas dos Turcos na Ásia Menor a troco do seu auxílio, e por fim um novo exército bizantino comandado por Aleixo Comneno e reforçado por contingentes turcos enviados por Maleque Xá I derrotou os mercenários em 1074.

Estes desaires provocaram descontentamento generalizado, apenas aumentado pela desvalorização da moeda, o que granjeou ao imperador o cognome Parapinakēs, "menos um quarto". Em 1078 dois generais, Nicéforo Briénio e Nicéforo Botaniates revoltaram-se ao mesmo tempo nos Bálcãs e na Anatólia, respectivamente. Nicéforo Botaniates foi apoiado pelos Turcos seljúcidas e chegou primeiro a Constantinopla. Miguel VII abdicou do trono quase sem resistência e retirou-se para o mosteiro de Estúdio a 31 de março de 1078. Tornou-se mais tarde metropolita de Éfeso e faleceu em Constantinopla em 1090.

Família

Miguel VII Ducas casara-se com Maria de Alânia, filha do rei Pancrácio IV da Geórgia (da dinastia Bagrationi). Com ele teve pelo menos um filho:

  • Constantino Ducas, co-imperador de 1075 a 1078 e de 1081 a 1087/8, faleceu por volta de 1095.

Referências

  1. John H. Rosser (2012). Historical Dictionary of Byzantium. Scarecrow Press. p. 512. ISBN 978-0-8108-7567-8.

Bibliografia

  • (fonte imediata) Miguel Pselo, Cronografia.
  • The Oxford Dictionary of Byzantium, Oxford University Press, 1991.
  • D.I. Polemis, The Doukai: A Contribution to Byzantine Prosopography, London, 1968.

Precedido por
Constantino X Ducas
Imperador bizantino
1067 - 1078
com Romano IV Diógenes (1068-1071)
Sucedido por
Nicéforo III Botaniates
  • v
  • d
  • e
Dinastia constantiniana (324—364)1
Imperadores bizantinos
Período não dinástico
Dinastia valentiniana (364—379)1
Dinastia teodosiana (379—457)1
Dinastia leonina (457—518)1
Dinastia justiniana (518-602)
Período não dinástico
Dinastia heracliana (610—695)
Anarquia de vinte anos (695-717)
Dinastia isaura (717—802)
Dinastia nicéfora (802—813)
Período não dinástico
Dinastia amoriana (820—867)
Dinastia macedônica (867—1057)
Período não dinástico
Dinastia ducena (1059—1081)
Dinastia comnena (1081—1185)
Dinastia ângela (1185—1204)
Dinastia lascarina (1204—1261)2
Dinastia paleóloga (1261—1453)
Déspotas da Moreia (1453 - 1502)
1 Imperadores romanos do Oriente. Zenão foi o último imperador em Constantinopla a ter um par em Roma e a partir dele apenas Constantinopla passa a ser a sede do mundo greco-romano. 2 No Império de Niceia durante o domínio latino em Constantinopla.