Nothoprocta perdicaria

Nothoprocta perdicaria
Classificação científica
Reino:
Animalia
Filo:
Chordata
Classe:
Aves
Infraclasse:
Palaeognathae
Ordem:
Tinamiformes
Família:
Tinamidae
Gênero:
Nothoprocta
Espécies:
N. perdicaria
Nome binomial
Nothoprocta perdicaria
(Kittlitz, 1830)[2]
Subespécies[2]

N. p. perdicaria (Kittlitz, 1830)
N. p. sanborni (Conover, 1924)

Sinónimos

Nothoprocta coquimbica

O inhambu-chileno,[3] também conhecido como inambu-chileno ou tinamu-chileno[4] (nome científico: Nothoprocta perdicaria) é uma espécie de ave tinamiforme pertencente à família Tinamidae. Pode ser encontrada em altitudes entre 400 e 2000 metros, na região central do Chile.

Taxonomia

Todos os inhambus fazem parte da família Tinamidae, que por sua vez pertence à ordem dos Tinamiformes, sendo também, de modo mais amplo, ratitas, embora sejam capazes de voar curtas distâncias.[5][6]

É um dos seis representantes do gênero Nothoprocta, introduzido em 1873, pelos naturalistas ingleses Philip Lutley Sclater e Osbert Salvin.[7] Foi descrita pela primeira vez em 1830, no Chile, pelo naturalista Heinrich von Kittlitz, sob o basônimo de Crypturellus perdicarius.[4][8]

O nome do gênero combina os termos do grego antigo κρυπτός "kruptós", que significa 'coberto', 'escondido'; οὐρά, "ourá", 'cauda'; e -ellus, um sufixo latino que significa 'diminutivo', provavelmente em referência à cauda curta, coberta por pequenas plumas, fazendo-a parecer escondida.[9]

Subespécies

São reconhecidas duas subespécies:[7]

  • N. p. perdicaria (Kittlitz, 1830) – subespécie nominal, ocorre nas pastagens semiáridas do centro-norte do Chile; regiões de Atacama, Coquimbo, Valparaíso, Santiago, O'Higgins, Maule e Ñuble.[10]
  • N. p. sanborni (Conover, 1924) – ocorre no centro-sul do Chile; regiões de Maule, Ñuble, Bío-bío, Araucanía e norte de Los Lagos e Argentina adjacente[10]

Distribuição e habitat

O inhambu-chileno pode ser encontrado nas matas de alta altitude entre 400 e 2,000 metros de altitude. Esta espécie é nativa de todo o Chile, exceto do sul de Los Lagos, Tarapacá, Antofagasta, Aisén e Magalhães e Antártica Chilena.[10][11] Este tinamu também pode ser encontrado em florestas áridas de montanha próxima à árvores como Acacia caven, Porlieria chilensis e a ameaçada Jubaea chilensis.[12] Foi introduzida na Ilha de Páscoa.[13]

Descrição

O inhambu-chileno possui aproximadamente 29 centímetros de comprimento. Sua cauda é quase inexistente e de forma atarracada, semelhante ao codorniz-da-califórnia. Tem um bico curvo e pernas grossas, curtas, pálidas e amareladas. Geralmente anda ereto e tem "cauda curta e coberturas de cauda caídas atrás das pernas". O padrão na parte superior do corpo aparenta ser listrado, porém sendo mais complexo em detalhes. Seu rosto é amarelado com um delineado escuro e caído e uma pequena faixa na bochecha, com uma coroa de cor mais clara. Tem o pescoço marrom, com manchas escurecidas na parte inferior. Possui padrões complexos que riscam a lateral do peito, que é cinza. O inhambu-chileno, ao sul da região de Maule, tem um peito acastanhado em vez de um peito cinza e mais listras marrons avermelhadas na parte superior do corpo e nas nádegas. Para ambas as regiões, possui grandes asas que cobrem o corpo quando em terra, e ao voar as asas aparecem grandes e marrom-avermelhadas por baixo. As asas também são arredondadas.[14]

Possui vocalizações altas, que soam com duas sílabas de maneira similar à um "suí-uí". Ao se sentirem ameaçados, liberam uma série de assobios que soam como "suí-uí-uí-uí" junto com sons de asas em ritmo acelerado.[14]

Comportamento

As fêmeas colocam 10–12 ovos brilhantes por ninhada. O macho incuba os ovos e cria os filhotes.[15] Os ovos são cobertos de penas quando deixados sem vigilância. A incubação é de cerca de 21 dias. Os filhotes são amarelos com listras escuras e correm logo após a Posteriormente, manchas azuladas ou cinzas podem aparecer.

Conservação

A IUCN classifica esta espécie como pouco preocupante,[1] com uma faixa de ocorrência de 120,000 km2 (46,000 sq mi).[11]

Notas de rodapé

  1. a b BirdLife International (2018). «Nothoprocta perdicaria». The IUCN Red List of Threatened Species 2018: e.T22678265A132048936. doi:10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T22678265A132048936.enAcessível livremente. Consultado em 26 de junho de 2022 
  2. a b Brands, S. (2008)
  3. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 17 de abril de 2022 
  4. a b «Nothoprocta perdicaria Kittlitz, 1830». Avibase. Consultado em 27 de junho de 2022 
  5. Clements, James (2007). The Clements Checklist of the Birds of the World 6.ª ed. Ithaca: Cornell University Press. ISBN 978-0-8014-4501-9 
  6. Davies, S.J.J.F (2003). «Tinamous». In: In Hutchins, Michael. Grzimek's Animal Life Encyclopedia. Birds I Tinamous and Ratites to Hoatzins. 8 2.ª ed. Farmington Hills: Gale Group. pp. 57–59. ISBN 0-7876-5784-0 
  7. a b Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds (2020). «Ratites: Ostriches to tinamous». IOC World Bird List Version 10.2 (em inglês). International Ornithologists' Union. Consultado em 17 de abril de 2022  !CS1 manut: Usa parâmetro autores (link)
  8. Brands, Sheila (14 de agosto de 2008). «Systema Naturae 2000 / Classification, Genus Nothoprocta». Project: The Taxonomicon. Consultado em 12 de junho de 2022 
  9. Gotch, A. F. (1979). «Tinamous». Latin Names Explained. A Guide to the Scientific Classifications of Reptiles, Birds & Mammals. Nova Iorque: Facts on File (publicado em 1995). p. 183. ISBN 0-8160-3377-3 
  10. a b c Clements, J (2007)
  11. a b BirdLife International (2008)
  12. Hogan, Michael C.(2008)
  13. Jaramillo, A. (2008)
  14. a b Jaramillo, Alvaro, 28.
  15. Davies, S. J. J. F. (2003)

Referências

  • BirdLife International (2008). «Bartlett's Tinamou - BirdLife Species Factsheet». Data Zone. Consultado em 12 de fevereiro de 2009 
  • Brands, Sheila (14 de agosto de 2008). «Systema Naturae 2000 / Classification, Nothoprocta perdicaria». Project: The Taxonomicon. Consultado em 12 de fevereiro de 2009 
  • Clements, James (2007). The Clements Checklist of the Birds of the World 6th ed. Ithaca, NY: Cornell University Press. ISBN 978-0-8014-4501-9 
  • Davies, S.J.J.F. (2003). «Tinamous». In: Hutchins. Grzimek's Animal Life Encyclopedia. 8 Birds I Tinamous and Ratites to Hoatzins 2nd ed. Farmington Hills, MI: Gale Group. pp. 57–59. ISBN 0-7876-5784-0 
  • Gotch, A. F. (1995) [1979]. «Tinamous». Latin Names Explained. A Guide to the Scientific Classifications of Reptiles, Birds & Mammals. New York, NY: Facts on File. ISBN 0-8160-3377-3 
  • Hogan, Michael C.(2008) Chilean Wine Palm: Jubaea chilensis, GlobalTwitcher.com, ed. Nicklas Stromberg
  • Jaramillo, A.; Johnson, M. T. J.; Rothfels, C. R.; Johnson, R. A. (2008). «The native and exotic avifauna of Easter Island: then and now» (PDF). Boletin Chileno de Ornitologia. 14: 8–21. Consultado em 18 de fevereiro de 2010. Cópia arquivada (PDF) em 18 de julho de 2011 
  • Jaramillo, Alvaro. Birds of Chile. Princeton: Princeton University Press (2003). ISBN 0-691-11740-3

Ligações externas

  • Vídeos, fotos e sons do inhambu-chileno no Internet Bird Collection
Identificadores taxonómicos
  • Portal das aves