Terceira lei da termodinâmica

Termodinâmica
Processo de convecção.
Glossário de termodinâmica
Leis
Grandezas físicas
Propriedades
Capacidade térmica específica  c = {\displaystyle c=}
T {\displaystyle T} S {\displaystyle \partial S}
N {\displaystyle N} T {\displaystyle \partial T}
Compressibilidade  β = {\displaystyle \beta =-}
1 {\displaystyle 1} V {\displaystyle \partial V}
V {\displaystyle V} p {\displaystyle \partial p}
Dilatação térmica  α = {\displaystyle \alpha =}
1 {\displaystyle 1} V {\displaystyle \partial V}
V {\displaystyle V} T {\displaystyle \partial T}
Potencial termodinâmico

Energia interna
U ( S , V ) {\displaystyle U(S,V)}
Entalpia
H ( S , p ) = U + p V {\displaystyle H(S,p)=U+pV}
Energia livre de Helmholtz
A ( T , V ) = U T S {\displaystyle A(T,V)=U-TS}
Energia livre de Gibbs
G ( T , p ) = H T S {\displaystyle G(T,p)=H-TS}

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A terceira lei da termodinâmica foi desenvolvida por Walther Nernst entre 1906 e 1912 e diz que, quando um sistema se aproxima da temperatura do zero absoluto, todos os processos cessam, e a entropia tem um valor mínimo. A lei, portanto, fornece um ponto de referência para a determinação do valor da entropia. A equação proposta por Nernst é:

lim T 0 Δ S = 0 {\displaystyle \lim _{T\to 0}\Delta S=0}

onde Δ S {\displaystyle \Delta S} é a variação de entropia e T {\displaystyle T} é a temperatura.

Um ímã levitando sobre um material supercondutor refrigerado a nitrogênio líquido, cuja temperatura é de aproximadamente -196°C ou 77 K.

História

A terceira lei foi desenvolvida pelo químico Walther Nernst durante os anos 1906–1912, e por isso é muitas vezes referida como o teorema de Nernst ou postulado de Nernst. A terceira lei da termodinâmica afirma que a entropia de um sistema no zero absoluto é uma constante bem definida. Isto é porque o sistema à temperatura de zero existe no seu estado fundamental, para que a entropia é determinada apenas pela degenerescência do estado fundamental.

Em 1912 Nernst declarou a lei assim:. "É impossível para qualquer procedimento, levar a temperatura à T = 0 K em um número finito de operações".

Uma versão alternativa da terceira lei da termodinâmica como afirma Gilbert N. Lewis e Merle Randall em 1923:

Se a entropia de cada elemento em algum estado cristalino (perfeito) for tomada, cada substância terá uma entropia finita positiva, mas ao zero absoluto de temperatura a entropia pode se tornar zero, no caso de substâncias cristalinas perfeitas.

Esta versão prevê não só que ΔS irá chegar a zero a 0 K, mas S em si também chegara a zero, desde que o cristal tenha um estado fundamental com apenas uma configuração. Alguns cristais formam defeitos que provocam uma entropia residual. Esta entropia residual desaparece quando as barreiras cinéticas para a transição para um estado fundamental são superadas.

Com o desenvolvimento da mecânica estatística, a terceira lei da termodinâmica (como as outras leis) passou de uma lei fundamental (justificado por experiências) a uma lei derivada (derivado de leis mais básicas). A lei básica da qual é derivada principalmente é a definição estatístico-mecânica de entropia de um sistema de grande porte: S S 0 = k B ln w   {\displaystyle S-S_{0}=k_{B}\ln \,w\ }

em que S é a entropia, kB é a constante de Boltzmann, e w {\displaystyle w} é o número de microestados consistentes com a configuração macroscópica. A contagem de estados é a partir do estado de referência do zero absoluto, o que corresponde a entropia de S0.

Explicação

De forma simples, a terceira lei afirma que a entropia de um cristal perfeito se aproxima de zero conforme a temperatura (em escala absoluta) também se aproxima de zero. Essa lei providencia um ponto de referência absoluto para a determinação de entropia. A entropia, a partir deste ponto, é entropia absoluta.

Matematicamente, a entropia absoluta de um sistema qualquer em seu zero absoluto é o logaritmo natural do número de estados fundamentais vezes a constante de boltzmann kB.

A entropia de uma rede perfeita de cristais, como definido pelo teorema de Nernst, é zero se, e somente se, o seu estado fundamental é único, porque ln(1)=0.

Consequência da terceira lei

A terceira lei é equivalente à declaração:

"É impossível através de qualquer procedimento, não importa o quão idealizado, reduzir a temperatura de qualquer sistema à temperatura zero em um finito número de finitas operações"[1]

O motivo pelo qual T=0 não pode ser alcançado de acordo com a terceira lei é explicado pelo que segue: Suponha que a temperatura de uma substância pode ser reduzida em um processo isentrópico mudando-se o parâmetro X de X2 para X1. Pode-se pensar numa configuração de desmagnetização nuclear de múltiplos estágios aonde o campo magnético é ligado e desligado de forma controlada. Se houvesse uma diferença na entropia no zero absoluto T=0 poderia ser alcançado em um número finito de operações. Contudo, durante T=0 não há diferença na entropia, então um número infinito de operações seria necessário.

Energia de Helmholtz e energia de Gibbs

Energia de Helmholtz

Aquecimento a volume constante: onde trabalho de expansão é W = 0 {\displaystyle W=0} ficando a equação: d q v = d U {\displaystyle dq_{v}=dU}

Então dá-se por estas equações:

d S d U T 0 T d S d U {\displaystyle dS-{\frac {dU}{T}}\geq 0\Rightarrow TdS\geq dU}

d S U , V 0 d U S , V 0 {\displaystyle dS_{U,V}\geq 0\qquad dU_{S,V}\leq 0}

A = U T S {\displaystyle \qquad A=U-TS}

Numa variação a temperatura constante: d A = d U T d S {\displaystyle dA=dU-TdS}

Critério para uma transformação espontânea: d A T , V 0 {\displaystyle dA_{T,V}\leq 0}

Energia de Gibbs

Aquecimento a pressão constante, e apenas existe trabalho de expansão: d q p = d H {\displaystyle dq_{p}=dH}

d S d H T 0 T d S d H {\displaystyle dS-{\frac {dH}{T}}\geq 0\Rightarrow TdS\geq dH}

d S H , p 0 d H S , p 0 {\displaystyle dS_{H,p}\geq 0\qquad dH_{S,p}\leq 0}

G = H T S {\displaystyle G=H-TS}

Numa variação a temperatura constante:

d G = d H T d S {\displaystyle dG=dH-TdS}

Critério para uma transformação espontânea:

d G T , p 0 {\displaystyle dG_{T,p}\leq 0}

Referências

  1. Guggenheim, E.A. (1967). Thermodynamics. An Advanced Treatment for Chemists and Physicists, fifth revised edition, North-Holland Publishing Company, Amsterdam, page 157.
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