Tucupi

Molho de tucupi em feira.

Tucupi é o sumo amarelo extraído da raiz da mandioca brava[1] quando descascada, ralada e espremida (tradicionalmente usando-se um tipiti). Depois de extraído, o caldo "descansa" para que o amido (goma) se separe do líquido (tucupi). Inicialmente venenoso devido à presença do ácido cianídrico, o líquido é cozido (processo que elimina o veneno) e fermentado de 3 a 5 dias para, então, ser usado como molho na culinária.[2]

O amido, também chamado polvilho é separado do líquido e lavado e decantado em diversas águas. Após ser seco, é esquentado no forno, formando grânulos, a chamada tapioca.[3]

Lenda

Reza a lenda que Jacy (Lua) e Iassytatassú (Estrela d'alva), combinaram visitar o centro da Terra. Quando foram atravessar o abismo, Caninana Tyiiba mordeu a face de Jacy. Jacy derramou suas lágrimas sobre uma plantação de mandioca. Depois disso o rosto de Jacy ficou marcado para sempre pelas mordidas de Caninana. A partir das lágrimas de Jacy, surgiu o tycupy (tucupi).

Usos

Muito presente na mesa dos brasileiros da região Norte, o pato no tucupi é previamente assado e após destrinchado, é levado a uma fervura leve num molho de tucupi, pimenta de cheiro, cheiro verde, alfavaca e jambu (ver: Spilanthes).

Tacacá é outra especialidade da culinária amazônica, principalmente "cultuado" pelos acreanos, paraenses, amazonenses, amapaenses; e em menor escala pelos rondonienses, tocantinenses e roraimenses. Servido numa cuia natural, o tucupi fervente é derramado sobre uma goma feita a partir do amido da mandioca. Acrescenta-se uma porção generosa das folhas de jambu e camarão rosa para completar o prato.[4]

Referências

  1. Revista Textos do Brasil - "A mestiçagem brasileira", pg. 64
  2. «Instituto de Química da [[UFRJ]]"Ácido cianídrico, espilantol, tucupi, jambú e maniçoba: a complexa química da cozinha paraense" (Consulta em 16 de abril de 2014)». Consultado em 16 de abril de 2014. Arquivado do original em 16 de abril de 2014 
  3. Cavalcante, Messias Soares. Comidas os Nativos do Novo Mundo. Barueri, SP. Sá Editora. 2014, 403p.
  4. https://boavista.rr.gov.br/noticias/2019/03/comer-bem-que-mal-tem-de-tacaca-a-pirarucu-culinaria-do-carnaval-de-boa-vista-oferece-opcoes-para-todos-os-gostos
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